Em sua quarta edição, o Festival de Quadrilhas Juninas do Jaboatão dos Guararapes marcou, na noite de ontem (20), a abertura do São João 2017 do município do Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife. Durante três dias, 14 grupos irão se apresentar ao público e jurados, a partir das 19h30, no polo montado no Centro Cultural Miguel Arraes de Alencar, no bairro de Prazeres. A grande final acontece no próximo sábado, quando as três quadrilhas classificadas irão disputar o troféu e o prêmio de R$ 5 mil. As segunda e terceira colocadas levarão para casa premiação no valor de R$ 3 mil e R$ 2 mil, respectivamente.
Primeira a se apresentar, a Fulô da Lena, do bairro do Jordão, contou história do sumiço da bandeira de São João de dentro da capela erguida em homenagem ao santo na cidade de Dias, o que levou o padre Roseno a cancelar os tradicionais festejos juninos. Desesperada, a noiva da quadrilha, que havia esperado 13 anos para se casar, pediu ao pároco para sair em busca da bandeira, para, assim, conseguir autorização para retomada da festa. Durante a empreitada, a noiva se depara com três suspeitas e, embalados por muita animação, o grupo contou, ao som de muito forró, quem de Cecinha, Carminha e Prazeres teria escondido a peça sagrada.
Em seguida foi a vez das quadrilhas Evolução, que rendeu uma bela homenagem ao músico pernambucano Chico Science. A Tradição contou a história de amor entre Zé do Bando, líder da Volante, e a serpente Branca, mais raras dentre as que protegiam o bando de Lampião. Vinda do bairro de Águas Compridas, a Traque narrou a criação do mundo segundo a ótica bem humorada do matuto, que imaginou Adão e Eva como “Mané e Maria”, que após terem comido do fruto proibido e terem sido expulsos do paraíso, deram origem ao êxodo popular em direção ao sul. Última a se apresentar, a Dona Matuta se inspirou na obra do poeta cearense Patativa de Assaré para falar sobre temas como o amor, suas alegrias e suas dores, a partir da relação entre um homem do Sertão e seus animais.
Secretário-executivo de Cultura, Esportes, Lazer e Turismo do Jaboatão dos Guararapes, André Trajano destacou que a intenção da atual gestão foi de produzir um São João alegre e voltado ao resgate das tradições populares. Segundo ele, outro ponto importante foi o convênio firmado com o Ministério da Cultura e Fundarpe, que possibilitou ao município montar um festejo de qualidade e com poucos gastos.
“Fizemos questão de proporcionar ao público uma festa animada e que valorizasse a riqueza da cultura pernambucana e nordestina. E acho que conseguimos atingir nosso objetivo ao realizar um concurso de quadrilhas juninas e montar uma grade de shows somente com artistas da nossa terra, prestigiando a prata da casa. Temos a certeza de quem vier a Jaboatão para conferir nosso São João sairá daqui satisfeito por ter estado em contato com a nossa tão bela cultura popular”, afirmou Trajano.
Nos próximos dias, ao longo da fase classificatória, se apresentam no Centro Cultural Miguel Arraes as quadrilhas Matutada, Raio de Sol, Vai Vai, Zé Matuto, Mistura de Cor, Lumiar, Cafundó, Pinho e Brigões do Suape.
Shows – As apresentações artísticas do São João 2017 do Jaboatão dos Guararapes têm início na sexta-feira (23) e seguem até o domingo (25), sempre a partir das 20h, no polo montado na Praça Nossa Senhora do Rosário, em Jaboatão Centro. A noite de abertura será comandada por Alceu Valença, e contará, ainda, com apresentações de André Lins, Ed Carlos e Nando Manzany. Sábado é vez de Andrezza Formiga, Forró do Pistolão, Roberto Cruz e o Forró de Pai pra Filho animarem o público. O encerramento, no domingo, vai contar com shows de Assisão, Nádia Maia, Benil e Felipe Gabriel.