A tradicional Festa de Nossa Senhora dos Prazeres, é uma das manifestações religiosas e tradicionais mais antigas do Brasil. É realizado, anualmente, nos primeiros 10 dias após a Semana Santa, no pátio do Parque Histórico Nacional dos Guararapes, considerado o berço da nacionalidade brasileira, localizado no município de Jaboatão dos Guararapes, em Pernambuco, e conhecida nacionalmente como Festa da Pitomba, por acontecer na época da safra da pitomba, fruta tropical, muito comercializada na região.
Segundo as tradições, na época em que se travava sangrenta batalha entre soldados brasileiros e os invasores holandeses, a Santa fez uma milagrosa aparição aos soldados, diante do Monte Guararapes, para proteger, fortificar as tropas e comandar a vitória dos brasileiros contra os inimigos estrangeiros.
A partir da aparição da Virgem dos Prazeres o comandante das tropas brasileiras, o general Francisco de Menezes, em ação de agradecimento, mandou edificar uma Capela-mor, em homenagem à Santa, pelas vitórias alcançadas nas duas importantes batalhas contra os holandeses, após 24 anos de dominação.
Em documento textual datado de 8 de novembro de 1656, emitido pelo general Francisco de Menezes, consta o registro de autorização para entrega da Capela à Ordem Beneditina de Olinda, com a seguinte ressalva: neste altar deverá ser celebrada missa todos os dias santos, e todos os anos deverá exaltar Nossa Senhora dos Prazeres, com grandes festejos e muita pompa. A partir daí os monges passaram a honrar este compromisso, passando a celebrar este grande acontecimento, todos os anos na segunda-feira após o domingo de Páscoa, durante os nove dias que sucede à Semana Santa.
Por vários séculos o povo encarregou-se de comemorar a Festa de Nossa Senhora dos Prazeres, num clima de muita fé e emoção, com a realização de missas diariamente, novenas com noiteiros, cânticos marianos, batizados, crismas, casamentos e o monumental cortejo com a imagem da Santa, saindo em procissão, acompanhado por milhares de fiéis que recebem a consagração através de promessas, vestidos de mortalhas, subindo morro de joelhos, para depositar os ex-votos, calçados, velas e demais ofertórios aos pés da Santa.
Além dos festejos religiosos e populares todos os anos o parque dos Guararapes se transforma num dos maiores espaços de manifestações artísticas e culturais onde são realizadas exposições, oficinas, palestras, exibição de documentários além de shows com artistas locais e nacionais. A festa hoje também integra uma política cultural educativa voltada para os estudantes das escolas públicas, com oficinas culturais como: percussão, frevo, reciclagem, educação Patrimonial e ambiental, fotografia e ainda de saúde bucal, realizadas no Pólo Arte e Educação.
FERRAZ, Leidson. Festa da Pitomba comemora batalhas ganhas. Abrajet, Recife, a. 2, n.21, abr. 1998.
MACHADO, Regina Coeli Vieira. Festa da pitomba. Pesquisa Escolar Online, Fundação Joaquim Nabuco, Recife.